Senhor da Pedra

Ontem calhou entrar na Almedina e reparar num livro sombrio, de título Lendas do Porto, "uma viagem pela História e Património da Região a pretexto de duas dezenas de lendas". Era exactamente isto que eu procurava(mas ainda não sabia!!).

Pois se ando a treinar por aqui, nada como enriquecer a experiência e tentar educar o olhar sobre os lugares com que me cruzo. Ainda no sábado, havendo partido de Lavadores e enquanto dava os últimos passos no areal em direcção à capela do Sr.da Pedra para uma pausa e alongamentos, me interrogava: que cristãos empedernidos se terão lembrado deste sítio para a construir?

Pois bem, página 94, embrenhemo-nos no relato:


"Lutou, obstinado, contra as águas que o inundavam. Tudo por uma última lufada de ar. E foi quando conseguiu emergir a cabeça que se sentiu agarrado por uma vaga gigantesca(...) A onda entregou-o suavemente ao vasto areal, mesmo junto a um imponente afloramento rochoso(...) Deixou-se ficar de joelhos e, com o rosto banhado de água salgada que lhe escorria também dos olhos, arvorou estes em direcção ao céu plúmbeo e murmurou - Obrigado meu Deus! Sobre estes rochedos cumprirei a minha promessa". 

Estes terão, segundo a lenda, sido os instantes decisivos para que um emigrante no Brasil naufragado em Miramar tivesse tomado por missão construir a capela que prometera num momento de apuro. Também se diz que mendigou durante anos para o concretizar, pois com o barco havia-se-lhe afundado a fortuna. 

A realidade talvez não valide esta história mas não será inteiramente diferente: terá sido do Brasil que veio o ouro (e não o emigrante devoto) que enriqueceu a realeza e por contágio a Igreja da época e permitiu a esta cosntruir tanto templos grandiosos como pequenas capelas em locais privilegiados. O objectivo era o de resgatar fieis à sombra do protestantismo e dos rituais pagãos que se iam multiplicando, inclusivé naqueles penedos à beira-mar.

Evangelizações à parte, descobri no livro que há por ali mais material digno de lenda (e que nem me lembraria de procurar):

Duas marcas paralelas e arredondadas estão gravadas numa das rochas em torno da capela. E aqui sim, há grandes divergências na atribuição da responsabilidade. Uns dizem que são do Boi Bento (esse mesmo, o que afagava o Menino na manjedoura do presépio), outros dizem que são da burra que levou o Menino e a mãe Maria na sua longa caminhada em fuga para (ou do?) Egipto mas muitos são adeptos de um acontecimento mais recente... Terá sido o cavalo de El Rei D.Sebastião que, numa manhã de nevoeiro, se assomou às costas portuguesas naquele lugar de Miramar! Nem mais! 

Bom, assim se assomou, assim se sumiu porque, por alguma razão estranha ele não ficou e nós continuamos à espera... :) 

Entretanto acho que tenho contas para fazer:

Semana #03

2 Treinos; 
Distancia total - 24km; 
(muita muita balda!)

Semana #04

4 Treinos; 
Distancia total - 41km; 
Tempo acumulado - 03h 44m

Semana #05 (31Jan a 06Fev)

3 Treinos; 
Distancia total - 39km; 
Tempo acumulado - 03h 34m


A verdade é que sinto alguma estagnação, mas ainda não decidi por onde vou: se deva aumentar a distancia percorrida semanal, se deva apostar num ou noutro treino ocasional de velocidade ou se deva atacar umas subidas... vou ver se encontro uns planos de treino específicos para trail (tenho encontrado cada vídeo...só me dá vontade de ir correr para o mato!) até breve, bons treinos!