quinta-feira, 12 de julho de 2012

Almonda








Este domingo corri em Torres Novas, a minha cidade Natal. Há porém um conjunto de inexactidões nesta afirmação que convém esclarecer:) a saber:
 
foto por Paulo Ministro

1. “Domingo”: está correcto! 9Julho: 3ª edição do Trail do Almonda

2. “Corri”…. bom… correr foi coisa que pouco logrei. Falta de treino :)  Mas já lá vamos.  Os trilhos foram fantásticos, um cheiro intenso a tomilho, rosmaninho,  vários troços com vegetação em autênticos tuneis verdes, mini-bosques de azinheiras...!!  E um excelente trabalho na limpeza dos trilhos pela organização! O piso, esse, muito irregular e pedregoso, duro, a pedir passos muito curtos e um foco constante no chão, a dar poucas oportunidades para apreciar a paisagem. Cada vez que levantava o olhar do chão, tropeçava: ”Concentra-te pah!” pensava. Um verdadeiro quebra-tornozelos!  Como a malta gosta :)

3.”Torres Novas”. Para ser preciso, o Trail partiu de Vale da Serra e decorreu na serra D’Aire. Tecnicamente no concelho de Torres Novas, é certo, mas não na cidade em si. A serra D'Aire é aquele colosso  de calcário rasgado pela A1, ali mesmo entre o planalto de Fátima e o nó da A23. O Almonda é o rio que nasce naquela serra (junto à fábrica velha da Renova, a 1ª descida vertiginosa da prova deste ano, ali mesmo) e atravessa a cidade, já com aquele aspecto 'suspeito' mas muito muito melhor que no auge da industria têxtil e dos cortumes, nos late 70’s, early 80’s. Aqui uma nota para os fãs da espeleologia 'à séria': é possível conhecer o Almonda impoluto, mesmo antes de brotar à superfície,  – perguntem a este senhor ( http://vivernocampo.blogspot.com.es/2012/07/almonda.html ) e comecem a fazer alguma dieta – vejam o link para perceber do que falo :)

4. Torres Novas foi a “cidade natal”, de facto - e não de fato -  E pouco mais. Cortou-se ali o cordão umbilical e ao mesmo tempo qualquer ligação à cidade, pois cresci em Alcanena, depois Abrantes. Passava ali  ao lado nas viagens semanais para Lisboa onde estudei após os 18 e um pouco por isso ficou a vontade de explorar a serra,  trepar ao dorso daquela gigante adormecida, ora encapotada pela neblina, ora bem marcada na linha de horizonte. Agora está verde, sarada dos incêndios da década passada.
Este Trail foi o pretexto perfeito. 
hora de ponta na nascente do Almonda

No ano passado estive inscrito mas ainda lidava com o entorse no Axtrail nocturno – abortei a missão. Desta vez proporcionou-se. Não gostei de tudo, é certo. A partida conjunta e o  engarrafamento na descida junto à fábrica eram evitáveis; Talvez se possam controlar e segmentar as cavalgadas dos 30km, dos 12 e a caminhada para não ter ‘atletas’ parados no trilho. Outros detalhes podiam ser melhorados. No restante impec, boa fruta nos abastecimentos – e eram muitos! – trilho bem marcado, presença de socorro após as descidas, refeição com qualidade no convívio final, no geral terá sido uma manhã bem passada para quase toda a gente.  Ranhoso (não encontro palavra melhor), o meu tempo final nos 30km mostrou-me que treinar é bom só que era uma coisa que devia ter feito nas duas semanas anteriores  --  Sim, a brava e sexagenária Analice (link) deu-me uma trepa, ultrapassou-me no km final -- pronto, está assumido :) Este é o tipo de esqueletos que não posso ter no armário quando assumir uma pasta de ministro no governo...  :) Relvas, estou zangado comigo, contigo e com a classe politica: demite-te!

Obrigado aos organizadores e voluntários, confio nestes Ribatejanos para outra agradável tareia no 4º trail do Almonda em 2013! :)
aspectos do percurso - destaque para os abastecimentos com melancia da boa...!!