quarta-feira, 28 de novembro de 2012

1 dedo por cada 15 minutos de sol

(pode ajudar a tomar uma decisão rápida, tipo levar ou não o frontal no treino :))

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

em terapia...

Diagnóstico: tendinite, tibial posterior. Plano de treino para a maratona do porto: suspenso. O alívio que a água fria do mar de Lavadores não trouxer, virá pela mão de anti-inflamatórios. Do gelo. Talvez da acunpuntura....

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Almonda








Este domingo corri em Torres Novas, a minha cidade Natal. Há porém um conjunto de inexactidões nesta afirmação que convém esclarecer:) a saber:
 
foto por Paulo Ministro

1. “Domingo”: está correcto! 9Julho: 3ª edição do Trail do Almonda

2. “Corri”…. bom… correr foi coisa que pouco logrei. Falta de treino :)  Mas já lá vamos.  Os trilhos foram fantásticos, um cheiro intenso a tomilho, rosmaninho,  vários troços com vegetação em autênticos tuneis verdes, mini-bosques de azinheiras...!!  E um excelente trabalho na limpeza dos trilhos pela organização! O piso, esse, muito irregular e pedregoso, duro, a pedir passos muito curtos e um foco constante no chão, a dar poucas oportunidades para apreciar a paisagem. Cada vez que levantava o olhar do chão, tropeçava: ”Concentra-te pah!” pensava. Um verdadeiro quebra-tornozelos!  Como a malta gosta :)

3.”Torres Novas”. Para ser preciso, o Trail partiu de Vale da Serra e decorreu na serra D’Aire. Tecnicamente no concelho de Torres Novas, é certo, mas não na cidade em si. A serra D'Aire é aquele colosso  de calcário rasgado pela A1, ali mesmo entre o planalto de Fátima e o nó da A23. O Almonda é o rio que nasce naquela serra (junto à fábrica velha da Renova, a 1ª descida vertiginosa da prova deste ano, ali mesmo) e atravessa a cidade, já com aquele aspecto 'suspeito' mas muito muito melhor que no auge da industria têxtil e dos cortumes, nos late 70’s, early 80’s. Aqui uma nota para os fãs da espeleologia 'à séria': é possível conhecer o Almonda impoluto, mesmo antes de brotar à superfície,  – perguntem a este senhor ( http://vivernocampo.blogspot.com.es/2012/07/almonda.html ) e comecem a fazer alguma dieta – vejam o link para perceber do que falo :)

4. Torres Novas foi a “cidade natal”, de facto - e não de fato -  E pouco mais. Cortou-se ali o cordão umbilical e ao mesmo tempo qualquer ligação à cidade, pois cresci em Alcanena, depois Abrantes. Passava ali  ao lado nas viagens semanais para Lisboa onde estudei após os 18 e um pouco por isso ficou a vontade de explorar a serra,  trepar ao dorso daquela gigante adormecida, ora encapotada pela neblina, ora bem marcada na linha de horizonte. Agora está verde, sarada dos incêndios da década passada.
Este Trail foi o pretexto perfeito. 
hora de ponta na nascente do Almonda

No ano passado estive inscrito mas ainda lidava com o entorse no Axtrail nocturno – abortei a missão. Desta vez proporcionou-se. Não gostei de tudo, é certo. A partida conjunta e o  engarrafamento na descida junto à fábrica eram evitáveis; Talvez se possam controlar e segmentar as cavalgadas dos 30km, dos 12 e a caminhada para não ter ‘atletas’ parados no trilho. Outros detalhes podiam ser melhorados. No restante impec, boa fruta nos abastecimentos – e eram muitos! – trilho bem marcado, presença de socorro após as descidas, refeição com qualidade no convívio final, no geral terá sido uma manhã bem passada para quase toda a gente.  Ranhoso (não encontro palavra melhor), o meu tempo final nos 30km mostrou-me que treinar é bom só que era uma coisa que devia ter feito nas duas semanas anteriores  --  Sim, a brava e sexagenária Analice (link) deu-me uma trepa, ultrapassou-me no km final -- pronto, está assumido :) Este é o tipo de esqueletos que não posso ter no armário quando assumir uma pasta de ministro no governo...  :) Relvas, estou zangado comigo, contigo e com a classe politica: demite-te!

Obrigado aos organizadores e voluntários, confio nestes Ribatejanos para outra agradável tareia no 4º trail do Almonda em 2013! :)
aspectos do percurso - destaque para os abastecimentos com melancia da boa...!!




quinta-feira, 21 de junho de 2012

Madeira Island Ultra Trail - resumo - primeira parte

Magnífico…!


Adorei o percurso do Ultra Trail da Madeira (aka MIUT), vai ficar-me gravado na retina permanentemente!


As minhas pernas, de memória mais curta, tiveram a prova bem presente durante uma semana inteira... só hoje (19Jun) tentei o primeiro treino -curto- pós-evento, já sem dores. Mas o melhor é não começar pelo fim:

Preparação


A ideia de participar no MIUT já germinava em 2011. No ano passado acompanhei a prova pelos relatos na Web e troquei impressões com um amigo que tentara realizar a travessia a pé com base no track gps da prova de 2010. Reunida a vontade e espicaçada a curiosidade, inscrevi-me na prova de 55km nos idos de Janeiro, marquei uns dias de férias com a Catarina e reservei tudo.


Seria para mim um bom desafio e o passo lógico a dar, depois de concluir algumas provas acima dos 40km, como a de  Almourol no inicio de Abril. Pensei que mais ~15km não seriam obstáculo intransponível se mantivesse o nível de treino. Bastava introduzir uma boa componente de rampas, só não sabia bem que quantidade ou declive :)


A um mês da prova consultei as informações da organização, já estavam  .kml e altimetria disponíveis. E comecei a ter consciência do que me esperava...



 “A prova intermédia, o Trail 55, com 2790 mts de desnível positivo e 4575 mts de desnível negativo, terá o seu início nas imediações do Pico do Arieiro.”
 Nesta fase lembro-me de fazer várias tentativas mentais de associar o desnível acumulado com o D+ de outras provas ou com elevações que conheço, percebendo de quais seriam 2790m o seu múltiplo. Que inocente da minha parte…! Nem olhei para o outro número, 4575m ...  
Conselho prático #1: Nunca descurar o declive negativo


Contagem descrescente


Aterrámos na ilha quarta-feira (dia D-3), breve deslocação a Câmara de Lobos para repor os níveis de espetada madeirense e poncha. No dia seguinte, caminhada na levada do Caldeirão Verde/Caldeirão do Inferno partindo de Queimadas. Vinte kms imersos num verde indescritível…



Nesse mesmo dia, chegámos a Porto Moniz, pelo contorno tortuoso das estradas regionais da costa Norte, decididos a castigar algo típico. Vítimas: filetes de espada com banana - bem gostosos!



D-1 check in e descanso

Sexta-feira foi dia de evitar tentações: tantas levadas pela ilha, mesmo ali, a pedir valentes caminhadas… mas tinha de descansar.


Fui ao secretariado logo de manhã, faltava-me o copo plástico que estava na lista de material obrigatório… Loja dos chineses, aqui vou eu – sim, claro que existe uma em Porto Moniz – e escolhi um devidamente ridículo. As opções eram poucas e só entre  'ridículo infantil' e 'ridículo com flores'. Aleatoriamente, calhou florido. Por mais 7euros ainda trouxe mais uma lanterna led e pilhas, para ‘usar em caso de túnel’.  






Voltei ao secretariado e fiz o check in mesmo a seguir ao Carlos Sá – ainda traz a pele crestada da MDSables.  Seguimos para um passeio de automóvel pelo monte até Encumeada, com regresso a Porto Moniz, ainda cedo.


O ambiente em torno  do Centro de Ciência Viva (secretariado e meta), era já muito animado, atletas e famílias deambulavam por ali e um pouco por toda a pequena vila. Aproveitámos para comprar o pequeno almoço do dia seguinte no comércio local. Faltava um par de horas para sair o autocarro que levaria os atletas dos 100km para a partida…
Escolhemos o restaurante para comer umas massas, era inevitável.  Na sala estavam vários grupos em ambiente tranquilo, portugueses mas também brasileiros, alemães, até o próprio Armando Teixeira com família e amigos, faziam pedidos extra-carta: muito esparguete com pouco frango, muitas massas com pouca carne…  só posso imaginar a expressão incrédula da responsável de cozinha a cada pedido que entrava!:) Eu sucumbi aos encantos de uma lasanha de atum. Ainda reparei que só os alemães optaram pela hidratação com caneca de litro, Coral à pressão para relaxar da tensão pré-evento. Já diria a minha avó “Quem vai para o monte atesta em Porto Moniz :)



Às 21h30, já noite escura, os candidatos da prova-mãe iniciavam a travessia. Primeiro num autocarro em direcção a Machico, depois um regresso por meios próprios, com início marcado às 0h00. No meu caso, a participar na prova de 55km, teria de entrar no autocarro às 6h para o Pico do Arieiro pelo que era tempo de recolher à residencial para uma curta soneca...

MIUT resumo - segunda parte

O dia da prova


6h estávamos a bordo do transporte da CMFunchal. Dois autocarros cheios de gente atordoada; era sábado e demasiado cedo. Tratei de comer durante a viagem, bolachas, frutos secos e passas, tudo bem calórico mas pouco típico nos meus pequenos almoços citadinos.


Atravessámos a ilha via túnel da Serra de Água e iniciámos a longa subida para o Arieiro, despontava já o Sol no horizonte. Lembro-me de pensar: ‘estou a viver um dos meus sonhos! É hoje, estou mesmo aqui!!!’ ao que se seguiu outro pensamento ‘...é precisa alguma plasticidade mental, para retirar prazer do que muitos julgam tortura...levantar-me a meio da noite para vir correr...fazer uma prova na montanha...chegar aqui foi já a maior vitória do dia!’. Acho que também pensei ‘...paguei para levar uma sova descomunal, que sentido tem isto?!?’, tudo sinais de que a minha sanidade mental me tinha abandonado e estava àquela hora em casa, provavelmente estendida no sofá :)


Paisagem e chegada do autocarro ao Pico do Arieiro


Alguns metros abaixo do radar militar estava instalado o insuflável do clube de Montanha do Funchal. Eram 7h45. Ultimas fotos, nuvens lá em baixo a atapetar o horizonte e a ocultar um oceano imenso.


Pela encosta subiam dispersos alguns atletas dos 100, que chegavam aqui com ~45 km nas pernas e uma noite inteira de prova. Tinham ali um controlo, viriam extasiados por terem assistido  ao nascer do sol no topo  da ilha ou extenuados de tanto subir, tudo dependeria do nível de treino de cada um e da disponibilidade psicológica para aproveitar o momento. Algum vento, visto o impermeável, certo de que o aguentaria pouco tempo. Faltam minutos, faltam 10 minutos...
contagem decrescente

8h – madeira island ultra trail, off we go…!
A vereda do Pico do Areeiro ao Pico Ruivo numa palavra: memorável! Não pude evitar sacar algumas fotos em andamento.

primeiros metros após Pico do Arieiro




Fotos:organização do MIUT
 



A primeira fase seguiu pela 'vereda' empedrada, ora pela crista rochosa ora na vertente sul, exposta ao Sol recém nascido.


Quilómetros iniciais - km1> km4











Troço anterior ao  Pico Ruivo - 1ºCP










Quilómetros iniciais - pormenor km2



Ainda a vertente Sul - foto da org.
  O bom ritmo na ligação Areeiro –Ruivo deu lugar a um ritmo muito cauteloso na descida para a Encumeada. A transição para a encosta Norte, sem exposição solar, trouxe trilhos húmidos e pedras escorregadias que podiam ditar um abandono precoce.


Chegado a Encumeada, km 19, 2º abastecimento e 1ª desatenção:

 entrei na primeira levada do percurso, contente por finalmente poder esticar a passada em terreno plano. À entrada de um túnel havia um aglomerado de anafados madeirenses que ocupavam a entrada. Com a pressa, passei entre eles e não reparei nas fitas, que ‘apontavam’ para o interior do túnel…

...e segui alegremente pela levada...

...só uns bons minutos depois comecei a estranhar a completa ausência de fitas. Perguntei a 2 turistas que simpaticamente me indicaram o tal túnel, ‘some fifteen minutes back’ (eles vinham mais atentos que eu!) 


o lapso!
Encurtando o relato, após outro pequeno engano e muitos kms a subir escadas + 1abastecimento, ultrapassei e fui ultrapassado por alguns atletas dos 100. Gente rija que não passava sem uma palavra de incentivo ou simpatia, uns mais conversadores que outros, dependendo do fôlego e do terreno.


Por volta do km35 iniciou-se ‘A’ descida. Nos calções levava uma folha A4 de papel com a altimetria para consultar em caso de emergencia psicologica. Que Maçarico! (Conselho pratico#2: plastificar sempre a altimetria) Lá desdobrei a folha umas quantas vezes durante a descida, a tinta verde tinha desbotado, de cada vez se rasgava mais um pedaço... Mas de cada vez lá ia confirmando, olhava a folha, olhava o gps, olhava a folha, olhava o gps...ainda faltava muito... km38 e a descer...
Pormenor km38 - a descida interminável
A altitude parecia não baixar, 900, 800, 700m... a descrição da organização no website era sucinta mas muito ajustada: “Uma longa descida para o Chão da Ribeira, através da vereda da Terra Chã (…). A descida apresenta-se, na sua parte final, bastante escorregadia, com alguma pedra dissimulada sob a folhagem das árvores. Um autêntico must para os amantes das descidas...” Pedra dissimulada:check! Pedra escorregadia: check! Folhagem escorregadia:check! Claramente eu não sou amante delas! 


Por volta dos 200m passou por mim o João Garcia, fazia a distancia maior, simpaticamente perguntou se estava tudo bem e solidarizou-se, pois a "uma descida destas dói nos joelhos a todos"  e aposto que, como eu, nestas coisas do trail prefere as subidas! :)



Pormenor - km38 >km42 - Vale  - CP Chão da Ribeira

Abastecimento líquido no Chão da Ribeira e toca a trepar rumo ao Fanal. Já com 39 km nas pernas, afigurava-se difícil. Fui a par com dois espanhóis, a Francesca e o Eduardo(soube depois que não terminaram), aqui e ali um breve momento para contemplar a paisagem/acalmar a pulsação, o coração parecia ter-se deslocado e instalado definitivamente no pescoço…
Pormenor da subida infinita - km40



Chego ao Fanal com o GPS a exibir a mensagem ‘bateria fraca’. E não era só o GPS...


Comi o que pude no CP e segui. A planta de ambos os pés gritava pelo fim do suplicio mas ainda faltavam uns quantos troços, muitos deles a descer. Nesta fase apanhámos uma levada que pareceu interminável. A minha folha da altimetria tinha ficado no lixo, rasgada e ensopada, o gps já se tinha desligado. Fiz alguns kms em piloto automático no passo mais rápido que ainda conseguia, intercalado com corridas curtas. Nas descidas segiuntes passou por mim um francês, ultrapassei dois madeirenses, um companheiro dos 55km vinha a rebocar outro dos 100 que se vinha a queixar de assaduras em zona ‘crítica’... ainda trocámos umas palavras, surpreendentemente perguntava-me se estava a gostar da prova, tudo servia para distrair a mente do esforço...! 

Cheguei a Ribeira da Janela e o CP foi a desculpa que precisava para me sentar um pouco. Alguma galhofa com o pessoal do INEM e com os Madeirenses presentes e lá me atirei ao ultimo troço. Neste ponto percebi que ia chegar atrasado a Porto Moniz, sem qq hipótese de ver o início do primeiro jogo da selecção portuguesa no europeu. E a namorada à espera... já lá iam mais de 12h... +de meio dia nisto,tinha de apressar o passo!


Pouco depois chegava à estrada regional, junto ao mar. Aqui as pernas adquiriram outra leveza. Porto Moniz em linha de vista, Sol quase posto, missão quase cumprida. Entrada na vila, cumprida a rotunda... e uma onda de alegria imensa :) :)


Foto na chegada - organização MIUT

Por qualquer razão não fui entrevistado... mas, se tivesse sido, as minhas palavras seriam as do bravo Armando Teixeira, que limpou o percurso dos 100km em apenas 12h49!!

Entrevista com o vencedor, Armando Teixeira www.youtube.com/watch?v=zce_2Twp0tQ


Competição ou entreajuda?
Domingo foi dia de regresso ao continente. No aeroporto do Funchal eram várias as personagens que se moviam de forma lenta e particular, eu incluido, todos bem dispostos mas sem vontade de apoiar os pés ou dobrar demasiado as pernas :) A meio da penosa subida das escadas para o avião olhei para cima e vi uma mão estendida: era um magro atleta francês que também coxeava degraus acima e me oferecia ajuda..!! Como o meu francÊs é quase tão bom como o meu japonês, resumi o meu agradecimento a um 'merci' e um boa uma gargalhada :) :) Acho que ilustra bem o espírito de quem participa nestas provas e com o qual me identifico inteiramente!

Estes foram dias bem passados na ilha, voltarei para os reviver numa próxima edição, é certo! Contarei de certeza com a mesma simpatia da organização e voluntários, que proporcionaram a todos um evento animado e sem falhas, bem enquadrado pelas paisagens belíssimas da Madeira. Obrigado a todos!

 (Na minha opinião,a melhor foto de todo o evento: um companheiro italiano na prova de 100km assiste ao despontar do Sol sobre o manto de nuvens, perto do pico do Arieiro! Priceless...!!)       

Fotos por: Organização do MIUT
   




Website do evento: http://madeiraultratrail.com/pten/index.php/pt




PS: acho que tenho agora um ponto para o UTMB. Posso conservar no frigorífico ou é preciso congelar?

Trail de S. Mamede



Participei na prova de 28km (30km no garmin), integrado no belíssimo evento do 1º Ultra Trail de S.Mamede - Portalegre. Depois aproveitei para visitar alguns CPs e tirar fotografias dos atletas que faziam a prova-mãe, de 100km, no interior do Parque Natural de S.Mamede.

Foi com enorme entusiasmo que participei pois esta é uma região que conheço bem e onde tenho todas as minhas raízes familiares. Aqui passei muitos fins de semana e férias na infancia mas não imaginava então que existiam tantos trilhos e paisagens a descobrir e mais: que podia fazê-lo a correr! :)

Vou tentar em breve redigir um relato mais elaborado, por enquanto ficam os links para os milhares de fotos que se proporcionaram:
galeria da organização

facebook - minhas fotos


Apenas alguns pormenores 'altimétricos' da prova (estou fã do ggearth): 


o temível corta-fogo ao km10, comum aos 28km e 100km

 


aspecto da subida às antenas, segunda 'bossa' na altimetria, ao km18 da prova de 28km




altimetria (D+962m)







garmin report

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

rip

Paz às suas fibras ressequidas, que descansem em paz num aterro qualquer. Não vou passar mais vergonhas. No verão aceita-se ventilação suplementar mas com tantos buracos já tenho aquela sensação de correr com sandálias...!!

É verdade que gastei 140 euros nelas; é também verdade que as vi nos saldos seguintes a menos de 100 (#$&#$&#/!); por outro lado, não voltei a ter bolhas de vários centímetros nos pés; e acolchoaram-me o passo por mais de 1200km, uma maratona, 2trails,... 11centimos/km, parece-me um valor aceitável.

Há 200km kitei-as com umas palmilhas mas todos sabemos como o seu envelhecimento é geneticamente programado, nada podemos fazer para o travar. Hoje termina a sua carreira...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pizza e nutela?

Este tipo é que a sabe toda! :)

de volta aos treinos!

A ressonância magnética mostrou que o ligamento peróneo-astragalino anterior não estava assim tão ‘astragado: boas notícias! Logo, por conselho/permissão do Ortopedista, estou de volta aos treinos!! 3Kg e 7 semanas de inactividade depois (se excluirmos  algumas ligações casa-emprego-casa em bicicleta) e eis-me novamente nas marginais de Matosinhos e Gaia (em ritmo brando...)

Falta um mês para a meia do Porto e mais de dois meses para o K42 pelo que tenho obrigatoriamente de dar volume ao treino… correr, correr…. kms+kms+kms+kms….!!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Há um mês que não corro... os sintomas de abstinência (neste caso forçada) são mais que evidentes e o desespero cresce. Em vez de me atirar da ponte (e são várias as opções, sobre o Douro!) estou a ponderar treinos regulares na bicicleta, esse objecto que resgatei do fundo da garagem neste fim de semana...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Axtrail #02Serie


Quanto a sábado à noite: a prova começou às 21h15 e às 23 já estava a fazer um RX ao meu tornozelo direito, bem inchado, no hospital de Tomar. Apesar de não ter concluido a prova, ainda me diverti bastante serra acima, por caminhos pedregosos de cabras - literalmente!
As fitas reflectoras ficaram mais visíveis quando a luz do sol finalmente se extinguiu e se ligaram os frontais, nas cabeças mais ou menos iluminadas dos trailers notívagos.  Lá em cima, junto aos geradores eólicos, a vista nocturna sobre Alvaiazere era magnífica! Às luzes das ruas da vila juntavam-se as da Feira Agrícola, Florestal, Industrial e ...bom, abreviando : FAFIPA


Transpostas as dificuldades da subida do tal de 'Maciço Calcário de Sicó', a 100m do primeiro abastecimento e já na descida do lado oposto do monte, começo a ver flashes à distância: era o momento de me preparar psicologicamente para honrar os patrocinadores com a foto sorridente da praxe; Tanto me concentrei na tarefa que me esqueci de ver onde calcava e torci o pé direito...  Foi a minha primeira desistência em provas de trail... Nem as massagens da assistente do INEM à extremidade do membro direito com pomada anti-inflamatória compensaram os kms que não pude fazer. E estava a saber-me tão bem....

Enquanto arrumava os ténis no Domingo (por umas 5 semanas, ortopedista dixit...), reparei que as solas ainda cheiravam a tomilho(!!). As ervas aromáticas encontram nestas encostas condições adversas mas com que lidam bem, desenvolvendo um odor mais intenso (so I've been told :)).


Correr na serra é de um prazer indiscritível por todas as razões! Resta-me aguardar pelo regresso aos treinos após a convalescença...

    +Fotos

quinta-feira, 2 de junho de 2011

equipamento nocturno


A preguiça está instalada. Mas a prova nocturna do Axtrail está aí, há que reunir material e vontade de treinar. Ontem à noite fui até à praia testar o 'hat mount' da lanterna, que em tempos já foi um 'helmet mount'!! :)


Na verdade evitei comprar um frontal para a corrida porque decidi  converter uma lanterna LED que já tinha do BTT. Para tal bastou trocar o suporte com abraçadeira para guiador pelo suporte de capacete.  Furei a pála do boné de trail de 5eur da decathlon e passei o velcro do novo suporte. Com um cabo mais longo, a bateria pode ir no cinturão onde levo o cantil!

Se desistir da prática do trail posso sempre dedicar-me à caça nocturna de animais de grande porte ou à actividade de faroleiro :) :) É muito lumen para uma lanterna só! :)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Corrida da Geira / IV Ultra Trail Via Nova Geira Romana

Um bom evento nasce invariavelmente de um grande sonho. Na tarde do sábado anterior ao Ultra Trail da Geira, na caminhada que fizemos a verificar as fitas do último troço, José Ribeiro falava de um que tem muito presente: sonha organizar uma prova numa praia a norte, em noite de maré baixa, com gente que segure archotes a cada quilómetro e assim ilumine a passagem. Uma corrida singular que fique bem marcada na mente de quem adora correr. José falava-nos do topo das suas pernas elásticas enquanto confessava somar nelas já 50 anos de corridas, primeiro com os irmãos, depois como atleta federado e hoje em dia como organizador, animador e até imperador (!?) de provas de Trail :)

Subíamos a passo rápido a encosta pelo trilho de S.Gens, junto a Caldelas. Verificava as fitas, lembrava-se das que colocara aqui ou ali e já lá não estavam e falava da preocupação para que tudo estivesse bem marcado, não havendo hesitação para quem corre. Abordou uma senhora que trabalhava num socalco abaixo do caminho e lhe tinha dado um saco de laranjas na semana passada. Depois outra, da parte de cima, para colocar fita no muro e lhe explicar que correria por ali muita gente no dia seguinte. Nem sempre as fitas ficam onde são postas, são vários dias para as colocar e não é raro serem reaproveitadas por um agricultor mais precavido para espantar pardais numa plantação próxima. Daí que o contacto com os locais seja vantajoso para as duas partes: uns ficam agradados pelos dois dedos de conversa, os outros garantem que as fitas não mudam de local antes da prova :)

Continuámos. Enquanto subíamos a encosta, crescia o meu arrependimento: José explicava como a Via Nova, a.k.a. Geira Romana, percorria as encostas da serra de Sta. Isabel sensivelmente à mesma cota, pelo que a altimetria do ultra trail não seria obstáculo. Por isso me questionava "que treta de ideia a minha, ter feito a inscrição na corrida dos (apenas) 15km em vez dos magníficos 43…??!!"


Fruto de uma iniciativa público-romanó-privada dos idos anos 80 do século I d.C., a 'via' por onde iríamos correr no dia seguinte era a que ligava Asturica Augusta a Bracara Augusta, actuais Astorga e Braga, por 215 milhas de matas e terras de pasto, servindo a actividade comercial, a extracção mineira em Espanha e a deslocação dos exércitos do império.

Os marcos miliários de granito marcavam as milhas, de 1000 em 1000 passos (1485 metros, mais sandália menos sandália),e indicavam a distância à cidade de origem. Ainda por lá se encontram, maiores os mais antigos, com inscrições à altura de visão de quem viaja(va) a cavalo ou em carro de bois.

Nos tempos de hoje a floresta não é tão cerrada mas passagens como a da mata da Albergaria ou aquela junto à albufeira de Vilarinho das furnas proporcionam uma experiência única a quem a decide percorrer!
Descemos novamente a Caldelas, José Ribeiro tinha de ir a Braga buscar vestes romanas e voltar a tempo do briefing, pelas 19h30. Enquanto isso, o 'general' José Moutinho molhava as 'sandálias' na ribeira a espalhar as fitas no húmido troço final. Recolhi o peitoral, fomos fazer o check in no alojamento e voltámos às piscinas para ouvir o imperador em trajes de soldado sobre todos os pormenores do dia seguinte.

E que dia seguinte!! Nem vale a pena descrever, as palavras não seriam suficiente dignas, ficam algumas fotos e muita vontade de correr a longa em 2012:



Link para slideshow ; Fotos: Ruben Huertas Otero; Sérgio Miranda  ;
Via Nova Geira Romana na Wikipedia

Garmin<Corrida da Geira - a minha prova

Agradecimento: à Confraria Trotamontes e ao .COM, Grão-mestre e ex-monge José Moutinho, José Carlos Pires e José Ribeiro, de parabéns pela estupenda organização. Enquadramento histórico, transportes, abastecimentos, assistência e almoço -tudo com excelente nível e sem falhas- proporcionaram um óptimo fim de semana para os atletas e acompanhantes na região do Gerês!

Website: http://www.pontocom.pt/actividades/2011UltraTrailGeira/index.php

terça-feira, 10 de maio de 2011

1º Trail do Castelo de Abrantes

A primeira edição de qualquer evento implica sempre 'arestas a limar'. Este Trail não foi excepção. Mas vou tentar lembrar-me apenas dos aspectos positivos porque os negativos já foram debatidos e serão decerto corrigidos em 2012. O esforço e coragem dos membros do COA para se lançarem em Abrantes nesta organização numa modalidade ainda tão pouco divulgada devem ser admirados!
Tudo a que tivémos direito:


Logo para começar o pelotão precipitou-se numa descida para, só passados uns bons 300m, alguém na cauda se aperceber de que todos os atletas haviam falhado a viragem…!! Alguns gritos e assobios depois, começaram a cavalgar na direcção oposta e retomaram o trilho certo. Nada que seja inédito neste tipo de provas, a não ser o facto de ter ocorrido logo na PRIMEIRA viragem!:) Os troços iniciais da prova ficaram-me gravados por dois motivos: muita pedra solta e roliça, o que acrescentava emoção nas subidas mas sobretudo nas descidas(!) e um aroma forte a todas as ervas aromáticas que compõem a vegetação nesta época do ano..!

Numa das passagens em viadutos sob a A23, houve oportunidade de refrescar os pés (outras opções: 'até ao joelho', 'até à cintura' ou 'corpo todo' também estavam disponíveis, conforme a trajectória escolhida dentro da ribeira ). No briefing inicial já tinham dado a dica: "ao saltar para a ribeira, à saída do túnel, façam-no para a esquerda, porque à direita ficarão imersos até à cintura". E era mesmo assim. Mesmo com a água pouco turva e boa visibilidade, muitos foram os que, com as ganas de correr, trocaram a esquerda pela direita e refrigeraram tudo a que tinham direito, para não falar dos que tropeçavam nas pedras do leito…!! Sorte que nada choveu nos dias anteriores, senão a única opção disponível seria 'até ao pescoço'!). Pés ensopados e algumas pedras nas sapatilhas, lá se retomou o sobe e desce nas encostas de pedra solta.

Já em Alferrarede, a organização assegurou a passagem no interior de uma quinta, hoje em dia dedicada à produção de Azeite, e cujas casas, estábulos e armazéns de fachadas impecavelmente conservadas mantêm a arquitectura tradicional desta região e em tudo semelhante às que se encontram no Alto Alentejo. Muitos pontos para esta passagem!

O primeiro abastecimento sólido, aos 23kms, estava munido de fruta como eu gosto. Laranjas aos quartos e bananas cortadas fazem maravilhas para confortar o estômago para mais uns quilómetros. O troço seguinte foi plano, em direcção ao Tejo e ao 'Aquapolis', a zona fluvial de Abrantes. A alegria e agitação do pessoal da canoagem (era dia de campeonato nacional), contrastava com a pouca energia que eu levava nas pernas… e ainda faltava a diabólica subida ao castelo...

A organização tinha preparado a pior das 'paredes' para que trepássemos à fortaleza… Conheço três ou quatro caminhos para subir mas o trajecto escolhido fez uso da encosta mais íngreme, frente à escola preparatória (lá estudei 2 anos, era pequeno). Não se colocou pé em nada semelhante a uma vereda ou caminho, tudo era trilho inventado, erva cortada/acamada e umas fitas dispersas pelo mato seco daquela encosta...


Já no interior das muralhas, à sombra de um gigantesco plátano, estava montado o segundo abastecimento. Não houve muito tempo para ver as vistas nem oportunidade de subir à torre de menagem porque era tempo de sair e cruzar as ruas da cidade. Nesta fase seguia a par com outro atleta, José Gabriel, íamos na conversa quando reparámos noutro atleta à beira de uma carrinha de venda ambulante. Estava a comprar….bolos?!! Radiante, de saco de plástico na mão, soltou um sorridente "quem vai para o mar avia-se em terra!" e seguiu atrás de nós no seu ritmo. Ali naquele momento tive pena de não levar dinheiro porque me estava mesmo a apetecer uma boa tigelada!!!  :)

Rumávamos novamente ao Tejo, desta vez para um valente sobe e desce na encosta com vista para o rio e para o açude insuflável. Existiam por ali mais marcações, algumas fitas a demarcar um percurso de btt downhill, o que só confirmava o que as minhas pernas já sabiam: as subidas eram mesmo agressivas… 

Ao lado do complexo desportivo, junto às piscinas, estava montado o último abastecimento. O banho e o almoço eram ali mesmo mas nem todos o sabiam e os 3 /4km que faltavam eram para cumprir! Pouco mais à frente, abaixo do quartel do exército, vejo alguém deitado numa clareira ao lado do trilho. Perguntei; não era lesão, deve ter sido um desejo súbito de uma sesta! Os quilómetros já pesavam… Logo a seguir pisava-se novamente o alcatrão e lá estava a segunda indicação mais desejada do dia: ULTIMO KM  Era uma recta na direcção do parque urbano que eu tinha abandonado faziam já 4h30!… 

No parque fomos presenteados com mais uns ziguezagues no passadiço de madeira e pela imposição de contornar o lago artificial, o castigo ainda não tinha acabado(?) Só ecoava uma voz pelo parque, a de uma atleta cheia de força que incentivava os que iam chegando. E lá cheguei à meta, sem medalha nem aplausos mas contente por ter terminado e mais ainda por ir almoçar… isto do Trail abre bem o apetite!

Alguns pormenores:

Pormenor da passagem por BAIXO da A23 na encosta do vale de Rio de Moinhos


Pormenor da partida (com engano colectivo na primeira viragem!)e chegada ao Parque Urbano de S.Lourenço



Ultima hora: Videos partilhados pelo atleta Jorge Serrazina no FB do COA